Para leigos, pacientes e curiosos vamos explicar que raio é essa coisa.
Existem vários tipos de cateter que podem ser implantados no corpo. Por experiência, eu conheço o que vai na coluna, no pescoço e no tórax(ou no seio da mulher), mas vamos nos focar no Porth-a-cath (na linguagem popular, “porticarte”) que é mais comum por ser usado durante a quimio.
O meu cateter é o metálico da foto
O cateter (porth-a-cath) é um tubo especial que é inserido numa veia maior e é conectado a um reservatório que fica implantado debaixo da pele e pode ser deixado neste local por anos dependendo da qualidade dele. O meu, por exemplo, é importado (ui que metida!) e de titânio, possibilitando que eu fique com ele até 5 anos. Alguns nacionais são de plástico ou de outro metal e não podem ficar por tanto tempo.
A utilização deste cateter facilita o tratamento quimioterápico venoso, pois não é necessário fazer punções repetidas para conseguir “acertar” uma veia.
Fica igualzinho na ilustração
Dizem por aí que nem todo mundo precisa. Eu discordo. A praticidade e conforto são indiscutíveis. Você fica com os braço livres para fazer e acontecer! Quem fica 1h fazendo quimio pode até não se incomodar de ficar com o braço pendurado, mas os que, como eu, demoravam quase 12 horas por sessão, dão graças aos céus que essa belezura existe.
Como o cateter é implantado?
O implante de cateter para quimioterapia é uma operação realizada no centro cirúrgico, sob anestesia local e anestesia venosa (sedação) e leva de 30min a 1h. É feito um corte na pele de pouco centímetros, no local onde será implantado. Quando implantado no tórax pode ser necessária uma segunda incisão, de 1 a 2 cm, na base do pescoço, logo acima da clavícula. Localiza-se a veia na qual o cateter será inserido. Após a introdução do cateter é feito o controle do posicionamento da ponta do cateter por ultra-som. O reservatório do cateter (peça que é puncionada para aplicar a quimioterapia) é implantado no subcutâneo, quer dizer, logo abaixo da pele. Isso quer dizer que todo o conjunto fica sob a pele. A seguir, o sistema é testado e aplicado uma solução com heparina para evitar a obstrução por coágulos. Alguns cortes tem pontos, mas o meu a pele foi só colada. É usual apresentar por alguns dias inchaço e manchas roxas na área operada.
O meu procedimento foi ao som de Frank Sinatra, com os enfermeiros e a médica vascular cantando, super tranquilo e animado. A sedação é bem leve e dá um soninho bom, você acorda e vê um curativo minúsculo. O meu curativo era impermeável, então podia tomar banho normalmente, mas nos aconselham a não levantar o braço pelos próximos 2 ou 3 dias, então vai ter que pedir para mamãe dar banho em você.
O corte é minúsculo e o cateter nem aparece minha gente
Da convivência com o cateter
Primeira coisa que precisa ser entendida, o cateter é o seu melhor amigo durante o tratamento. Ele vai te ajudar, ser útil em emergências e é super confortável. Vale o esforço de colocá-lo para garantir sua segurança e qualidade para infusão de medicamentos durante seu tratamento.
A quimio pode endurecer as veias do braço e deixá-las doloridas, e eu morria de medo de passar dor com isso, graças a uma enfermeira terrorista que me disse: “nossa quanta veia maleável, quando fizer quimioterapia vai ficar sem nenhuma e vai doer muito para pegar a veia.” Ai fala sério gente, essa pessoa devia ser afastada! Então, quando minha oncologista me indicou ele, fui correndo fazer.
Dizem que o cateter serve até para a coleta de sangue. Meus médicos não permitiam isso, pois aumentava o risco de infecção. Por ser fácil e confortável de tirar sangue por ele, os enfermeiros sempre queriam usá-lo para tal fim, mas eu não permiti e como resultado até hoje não tive qualquer problema com ele. (#win!)
Quando algum tipo de procedimento é realizado, o enfermeiro responsável deve realizar a assepsia (limpeza) do local onde está o cateter.
Em linhas gerais listamos as vantagens e desvantagens do procedimento:
Vantagens
• Durabilidade; • Evita punções frequentes; • Conforto e mobilidade; • Dispensa uso de curativos; • Maior eficácia do tratamento, uma vez que não ocorrem episódios frequentes de flebites, trombose venosa e necrose por extravasamento da droga.
Desvantagens:
• Há um risco pequeno de infecção, mas existe; • Obstrução por formação de coágulos; • Migração ou deslocamento do cateter;
Dói para puncionar (furar)?
Eu sempre achei uma dor super leve, você enche o peito de ar, segura e ocorre a punção. Para quem é mais sensível existe uma pomada anestésica, que quase ninguém conhece, chamada Emla, ela anestesia a região e você não sente quase nada.
Depois que a quimio acaba (e ela acaba um diaaaaa! o///) deve ser realizada manutenção mensal, que é a lavagem do cateter com solução de heparina. O enfermeiro faz a completa assepsia do local e usa uma agulha minuscula para injetar a heparina. Easy breezy!
Com o manual do cateter recebi uma carteirinha que comprova que uso. Aconselha-se a sempre carregar consigo para apresentar a médicos ou até no aeroporto se apitar o detector de metais. É muito raro que isso aconteça, mas né… a lei de Murphy está aí.
O dia que precisar retirar o procedimento é simples. Após liberação do seu médico, você passará por procedimento cirúrgico semelhante ao da implantação.
Fontes de pesquisa: http://www.hcancerbarretos.com.br/33-paciente/opcoes-de-tratamento/quimioterapia/22-quimioterapia-porth-a-cath
http://www.oncoclinica.com.br/artigos.php?id=36#.VIh0rL5UczU
TIRA O LENÇO E VAI SER FELIZ 
Uso o catéter a 7 meses, é exatamente o que está descrito na POSTAGEM!!! Gente, super tranquilo!! A vida não pára, “bora” ser feliz!!!
CurtirCurtir